A mídia, o golpismo e a frente ampla
Na última quarta, oito de abril,
dentre tantas notícias, gostaria de comentar uma especificamente. Um colunista
abre a nota falando de uma renúncia branca da presidenta, praticando o
que os filósofos chamariam de sofisma, desenvolve argumento com o único objetivo
de atacar a presidenta Dilma e a democracia brasileira, vai pela livre especulação
e sem nenhuma noção do que vem a ser governo de coalizão, frente ampla ou coisa
que o valha, tenta, como profeta do apocalipse, decretar, de todo jeito, o fim
do governo Dilma democraticamente eleito pelo povo brasileiro.
Tomo esse como exemplo para
ilustrar como age a grande imprensa brasileira e em especial, em certa medida,
a imprensa pernambucana. Se pauta pela oposição, ataca e denigre a imagem da
Presidenta da Republica, tentando passar uma ideia de desgoverno e de que a
Dilma estaria renunciando a suas funções e transferindo as suas
responsabilidades, com isso, tentando concluir pelo fim do governo de Dilma.
Governar é um exercício coletivo,
um bom líder precisa e deve contar com muitos colaboradores, inclusive imbuídos
de responsabilidades para tomar decisões e executar determinações superiores,
no sentido de viabilizar todas as ações de Estado e de governo da
responsabilidade daquele ente, soa irracional acusar a Presidenta de desgoverno
por determinar tarefas a ministros e, no caso, ao Vice-presidente da República
Michel Temer.
A Presidenta entrega a um aliado
muito próximo, seu colega de chapa, ex-presidente da Câmara dos Deputados,
político habilidoso e experiente, a responsabilidade de conduzir a articulação política
do governo, reflete, antes de mais nada, visão ampla, esforço por buscar saídas
políticas e melhorar a articulação governamental com o parlamento brasileiro, também
fazendo frente a crise econômica global e estrutural, fortemente potencializada
pela crise política instalada pela brutal e desleal ofensiva da grande imprensa
e da oposição conservadora, inconformados com a derrota sofrida em outubro último,
ameaçando a democracia.
Defender o governo
constitucionalmente eleito da Presidenta Dilma é dever cívico e democrático. Não
se pode admitir que se tome de assalto uma conquista no voto, deve-se derrotar
o golpismo.
Urge buscar “desde já uma frente
ampla com todas as forças possíveis do campo democrático e patriótico. Somente
uma frente que una as forças patrióticas, progressistas e democráticas da Nação
será capaz de enfrentar, isolar e derrotar a ofensiva retrógrada do consórcio
oposicionista” (PCdoB).
Retomar a iniciativa política é
fundamental, essa frente ampla deva ser articulada em torno da defesa da
democracia, do mandato legítimo e constitucional da presidenta Dilma, da defesa
da Petrobras, da economia e da engenharia nacional, do combate à corrupção, com
o fim do financiamento empresarial das campanhas, e pela retomada do
crescimento econômico do país e garantia dos direitos sociais e trabalhistas e
de uma reforma política democrática que aprofunde e aperfeiçoe a democracia
brasileira.
A denúncia dessa atitude da
imprensa golpista deve ser contundente e rechaçar com veemência, buscando a democratização
da mídia, para que todas as opiniões possam ecoar livremente e com espaço na
sociedade.
Referencias:
Jornal do Commercio: ano 97, número
98
Muita lucidez. Parabólica antenada no país. Parabéns!
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